Tuesday, December 12, 2006

Nunca tinha ouvido falar deste filme, mas a verdade é que fazia tempo que não via um filme de suspense tão diferente. A premissa do filme é o encontro via chat de uma garota de 14 anos e um cara de trinta e poucos. Eles batem papo e decidem se encontrar num café. De lá, ela o convence de ir pra casa dele e, a partir daí, tudo pode acontecer. Existem falhas no filme, mas isso é só o meu lado virginiana perfeccionista falando e, de um modo geral, o filme é muito bem bolado. Além de ter me deixado grudada na cadeira e.... ah, qualquer coisa que eu diga será um “spoiler”, então não vou falar mais nada da estória.... ah, no Brasil o filme tem o nome de meninamá.com (argh, estes títulos me matam).

Eu estava meio inspirada naquela noite. Botei minha gravata e chapéu e perguntei pro Vertigem quem eu era. Ele matou na mosca: Annie Hall. “La-di-da”, respondi. Fomos num bar very mellow, eu e meus três rapazes. Como eu não estava com vontade de beber, deixei os homens encherem a cara enquanto guardava a chave do carro. O playlist era perfeito, parecia que eu tinha escolhido as músicas. Chegando em casa, um tesão de dar fisgada e Vertigem meio bêbado demais, meio preguiçoso..... montei e comecei a fazer o que notoriamente faço bem. Depois de cinco minutos, já cansada, falei que agora era a vez dele, que ficasse por cima. Disse que não, que tava cansado, que eu fizesse o que tinha que ser feito pra me satisfazer. Comecei a rir, minhas energias já extintas, meio incrédula da situação, meio sentindo saudade daquela sensação que se sente no início do relacionamento e que, não adianta, não volta mais. Caminhamos juntos por muito tempo, babes, vc é meu campanheiro, meu protetor e alguma coisa que estava lá no início, bem excitante e irresistível se perdeu no nosso cotidiano de louça suja na pia e nem notamos. Daí pensei que casamento é isso também, é brigar pra ver quem fica por cima na hora da transa, porque sinceramente nenhum dois dois está se consumindo de desejo um pelo outro. Claro, existem dias loucos, de fazer no chão da sala e de quebrar copos e se cortar e fingir que não percebeu porque nada no mundo vai nos fazer parar. Mas em outros....

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Falta uma semana.... as contas estão todas pagas, as malas ainda precisam ser feitas, os presentes já foram comprados e o coração parece que diminui a cada dia. Estou no módulo contagem regressiva, cada hora que passa a areia da ampulheta vai se esvaindo ainda mais rapidamente pra cavidade de baixo. Vontade infinita de abraçar o meu pai. E de ficar hospedada no vigésimo andar.

d-_-b “There There” Radiohead

5 comments:

Feliz said...

xi, esse filme vai demorar pra chegar aqui nos cimenas tupiniquins. se chegar... vc vai pro rio, né? acho que eu também. beijo.

Anonymous said...

ah! eu vi esse filme. ele é muito, muito, muito bom. não sai da minha cabeça.

gostei do post do meio. é sua vida ou vc só gosta de escrever mesmo?

beijo!

Anonymous said...

a conciência do cara? hum... seria um excelente final.

no meio do filme eu comecei a ficar com dó do cara, isso sim.

Anonymous said...

"tesão de dar fisgada"...
adorei essa expressão! rs...

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Esse post me lembrou aquela poesia do Drummond, mais ou menos assim:

"Sossegue, Carlos, o amor
é isso o que vocÊ está vendo:
hoje beija, amanhã não beija
e depois de amanhã
ninguém sabe
o que será..."

BEijos!

Anonymous said...

"tesão de dar fisgada"...
adorei essa expressão! rs...

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Esse post me lembrou aquela poesia do Drummond, mais ou menos assim:

"Sossegue, Carlos, o amor
é isso o que vocÊ está vendo:
hoje beija, amanhã não beija
e depois de amanhã
ninguém sabe
o que será..."

BEijos!