Friday, October 13, 2006

Big Sur

Eu e Vertigem nunca tivemos lua-de-mel. Primeiro porque na verdade eu não estava muito com vontade, minha avó tinha morrido há pouco tempo e foi tudo muito corrido e sim, eu sou uma workaholic incorrigível. Mas, aproveitando que minha mãe estava aqui e poderia ficar na loja no meu lugar, eu tirei o fim-de-semana de folga... imagina, quase 5 anos aqui na Califórnia e esta foi a primeira vez que passei um findi sem trabalhar, só com o Vertigem. Fomos pra Big Sur tomar irish coffee às três da tarde e depois passear na praia, comendo pistache e vendo o pôr-do-Sol. Domingo de manhã fomos fazer feira e depois no festival de cinema. Aliás, festival de cinema “di grátis”(!) e acabamos vendo três filmes muito bons- Inocent Voices (sobre a guerra civil em El Salvador), The Other Final (documentário) e A State of Mind (documentátio). Mas o mais bacana foi não só conhecer Big Sur(foto) mas passar 48 horas grudada no Vertigem. É perceber que a gente se dá bem até debaixo d’água, que ele me faz rir e que entende o meu senso-de-humor. É se dar conta que vamos fazer 1 ano de casados e de que só tivemos na verdade uma briga, que terminou em cinco minutos com beijinhos e pedido de desculpas. Mas daí vem a pergunta: se somos tão bom juntos, por que eu sinto esse ciúme tão raivoso dele? Não é algo tipo “oh, é só o medo da perda” porque, sinceramente, ele não me dá motivo pra ficar insegura. Uma vez eu falei pra ele, seríssima: “eu nunca vou te perdoar por ter sido casado antes de mim. Eu não sou segunda opção de ninguém, entende?” Ele falou, incrédulo, que nem me conhecia quando casou pela primeira vez.... ainda sim, sinto uma certa mágoa, vai entender....

A gota d’água foi achar uma foto da ex perdida numa caixa. Não, ela nem era bonita, estilo patricinha de “Sumpaulo”, partygirl e, oh céus, magéééérrima! Resumindo, a menina era o meu oposto porque eu não sou patricinha, eu sou a pessoa mais uncool e não-popular do mundo e, cá entre nós, estou mais pra roliça do que pra delgada. Eu tenho que admitir que nada me irritou tanto quanto o fato da menina ser mais magra que eu. Na boa, a garota era de uma magreza anoréxica e isso me irrita porque, porra, eu fui ginasta!! Passei minha adolescência e parte da infância querendo ser uma daquelas fadinhas voadoras que se vê na olimpíada, passava fome, fazia regime, tentava em vão ter alguma desordem alimentar (rs) mas ao invez disso eu sempre fui forte, ao ponto do meu pai me chamar carinhosamente de “tourinho”. Eu era aquela menina metida que apostava (e ganhava) queda de braço com os garotos da escola. Ainda assim, eu perdi, entende? Não só não fui uma grande ginasta como só consegui conhecer e me apaixonar pelo Vertigem porque a magrela fez merda e acabou com o casamento. Querendo ou não, eu fui a segunda opção dele tanto quanto ele foi uma opção descartada da Olívia Palito. Infelizmente, isso mexe com a minha auto-estima. Não deveria, mas mexe. Tá, eu sei que o casamento tá maravilhoso e que ele me ama e vice-versa e de que tudo isso é passado e que ele não fala com a garota desde a separação... mas fazer o quê? Eu sou um ser neurótico, sempre fui. É uma pena eu não poder fazer terapia aqui, no Brasil eu fazia 5 vezes por semana e, apesar de ter a noção de que eu não era mais feliz lá do que sou aqui, eu acho que a terapia me ajudava a metabolizar as coisas mais facilmente. Ele foi casado antes de mim, isso é fato e não vai mudar. Agora EU é que tenho que aprender a conviver com isso. Terapia-911 URGENTE!!

d-_-b “Chocolate” Snow Patrol

3 comments:

Anonymous said...

Mas Tati, minha flor, pra quê terapia melhor que um homem que te ama, que te escolheu pra ficar junto dele, que te faz rir, te faz carinho e ainda te faz gozar (e aposto um braço que faz isso como nenhum outro). Sorria, meu bem, sorria. Eu, que há um mês levei um pé na bunda (e confesso: ela ainda dói) estou louquinha pra voltar a ter tudo isso com essa mesma pessoa. Pq no fundo sou uma romântica incorrigível que acha que fomos feitos um pro outro. Na torcida para suas nóias saírem de férias, junto com as minhs! Beijos

Anonymous said...

Ah, minha querida...
eu fui casado, e estou vivendo agora um amor que me faz feliz como nunca fui em toda minha vida...
E te digo com sinceridade: se eu não tivesse tido um primeiro casamento, talvez eu não apreciasse tanto certos aspectos dessa minha nova vida que me são absolutamente maravilhosos!
Aproveite o seu amor, se ele te escolheu é porque assim é!
Beijos carinhosos!

Anonymous said...

ai tati relaxa... eu tb me sintro meio assim de ver fotos de familia... e o pior, ter que conviver com todo o passado dele... e essa de rolicinha foi a melhor... bjocas